Parte I – Os chats da Vida
Há vários anos atrás, tinha saído de um relacionamento de três anos, altamente destrutivo. Com baixíssima auto-estima e financeiramente quebrada, tive que voltar para casa dos meus pais. Foi nessa fase da vida que decidi: NÃO QUERO MAIS NINGUÉM EM MINHA VIDA.
Passado um bom tempo, estava entediada, queria saber e conversar um pouco sobre como andava o mundo homo.Em uma cidadezinha super interiorana, comecei a buscar algum contato através do mundo virtual. Nessa época não havia muitos artigos sobre o tema, até mesmo a parada gay de SP não tinha tanta visibilidade na mídia. Foi aí que encontrei os chats e descobri que havia salas para bate-papo lésbico e... Entrei.
No começo ficava ali, apenas olhando, rindo de algumas conversas, ouvindo as midis e às vezes respondia timidamente para algum: quer tc? Mais tarde comecei a colar músicas no chat e a fazer algumas “amigas” virtuais. Depois de algum tempo já estava “enturmada virtualmente” o que era uma delícia! Passava horas brincando e conversando sobre absolutamente nada significativo. O tédio tinha se extinguido.
Estava de volta ao mundo lésbico (pelo menos virtualmente) e continuava brincando nos chats. Quando a sala estava meio parada dava inicio há alguma pesquisa boba do tipo: Você prefere uma mulher com meia calça cor da pele ou preta? E ia perguntando de nick em nick. Algumas respondiam, outras xingavam, tinha as que nem ligavam. Outras vezes colocava uma midi mais sensual e começava a fazer um strip tease virtual. Em resumo, isso criava um certo movimento naquele chat que estava parado e era o que eu queria: dinâmica.
Foi nessas brincadeiras de pesquisa e de strips que conheci marida. Éramos apenas duas estranhas, sem noção de como a outra poderia ser ou que timbre de voz poder-se-ia ter. Apenas “amigas virtuais” de uma sala de bate-papo que às vezes nos encontrávamos sem pretensão alguma.
Continua...
Grande beijo,
(¯`•.Therê.•´¯)®
Até que enfim vc começou a colocar sua historia com marida.
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