Ser a Ex




Ser a EX não é nada fácil! Antes de sacudir a poeira, dar volta por cima e se jogar no brejo, tem-se que lidar com uma porção de sentimentos dilacerantes!

Você se torna EX por dois motivos: foi trocada por outra ou por opção própria de encerrar o relacionamento. Em resumo: Ferrou ou foi ferrada! Entretanto ambas são situações dolorosas...


Quando fui trocada pela outra, lembro muito bem que primeiro fiquei em estado de choque. Paralisada. Tentando entender o porquê daquilo. Não estava indo tudo bem? O que eu fiz? O que deixei de fazer? São “trocentas” perguntas sem respostas e você chora. Até tentei sentar para conversar sobre a relação (que relação se acabou???) e entender o que aconteceu, mas no final, você volta sozinha e chora mais um pouco. 


Depois, ao ver que foi colocada de escanteio por causa de outra vem à inevitável vontade de ser FDP e se vingar daquela vaca. Em uma metamorfose de sentimentos a dor vira ódio e num acesso você rasga fotos, joga fora os presentes, devolve a aliança (mandei a minha pelo correio!), apaga os telefones da agenda enfim, faz uma faxina!


No próximo estágio, você procura reconectar-se com velhas amigas, aquelas com quem você não falava há dias, semanas, meses e até mesmo anos, dependendo da duração do relacionamento. Depois procura frequentar os mesmos lugares dotada de uma confiança plástica incrível, mesmo que esteja morrendo de raiva. A idéia é deixar a OUTRA desconfortável com a sua presença. Beba tranquilamente, ria bastante e dance com desconhecidas. Dê a impressão que você saiu melhor no relacionamento, mesmo que tenha trocado sexo garantido por sexo solitário.


Nesse meio de tempo (ou seja, o fim de um namoro e o início do próximo), haverá momentos de profunda tristeza latente ao estar só. Nada melhor que o tempo e... a televisão. Só tenha cuidado ao selecionar a programação. Novelas mexicanas e jornal local não são recomendados. A primeira, porque você corre o risco de se auto-identificar com alguma criatura na telinha e haja caixas de lenço de papel... O segundo pelo simples fato de você ficar sabendo que houve um acidente no bairro dela e, na dúvida de se ela morreu ou não, pirar com a tentação de ligar.


A internet também é uma boa opção para esses momentos. Já recorri muito para salas de bate-papo. O importante aqui é divertir-se, fazer novas amizades (virtuais que podem virar reais), brincar de DJ com as midis e, jamais entristecer-se porque há namoricos rolando. Em todo lugar haverá alguém se relacionando com outro alguém.

Quando essa fase do “velório” passar e você “enterrar sua ex” por definitivo, poderá avaliar o quanto amadureceu e estar aberta para novos relacionamentos. No mundo há 6 bilhões de pessoas e você só ficará sozinha se realmente quiser! Conheça pessoas novas e novas relações surgirão. 


Já do outro lado da moeda, quando você coloca o ponto final, seja pelo motivo que for, defendo a posição do sentar, conversar e finalizar da melhor forma possível. Tá certo que na grande maioria dos namoros lésbicos, o término é semelhante uma bomba-nuclear. Pois aqui, quando uma não quer a outra briga, chora, esperneia e até amaldiçoa...


Certa vez, li um artigo que lésbicas não sabem terminar um relacionamento. Enumerava uma porção de formas de términos como por cartas, e-mail e telefone. Outras nem avisavam e simplesmente tocavam a vida em frente. Em outros casos, paravam de atender ao telefone, deixavam de conversar na esperança de que eventualmente, a ficha vai cair e ela vai parar de te procurar (confesso que já usei desse último artifício). Poucas eram aquelas que paravam e conversavam seriamente sobre a questão: ir em caminhos diferentes.


Justificar o fim do relacionamento com frases do tipo “- Perdeu o encanto.” e “- A outra dá de 10 a 0 em você” (como ouvi de uma cretina), não é a melhor forma de finalizar. Acredito que apesar de todo potencial para ser cafajeste, um pouco de “classe” na conversa cai muito bem. E, evita-se muito rancor.

Não fui nenhuma santa (ainda bem!). Foram 8 Estórias (será que fui a inspiração da Ana Carolina?). Oito términos: doloridos, tristes, bobos, complicados, simples, difíceis, tranqüilos, com boas e más lembranças, até chegar ao meu relacionamento atual, um casamento sério e delicoso com a marida mais maravilhosa do mundo!!!. Enfim, das experiencias do passado, de algumas restaram nada, de outros uma vaga lembrança há muito distante.


Talvez a amizade seja a coisa mais importante entre tantas outras coisas em um relacionamento... Após os 60 ou 70 anos, muitas coisas perdem o interesse... o sexo, as saídas, as viagens etc... e sobra somente uma coisa: a amizade daquela com que você viveu e compartilhou momentos de sua vida...

A vida é a soma de boas experiências... deixe as más onde estão: no passado! Só relembre as boas risadas, as viagens e todos os momentos de alegria e curta cada momento com o seu amor, a sua companheira, a SUA AMIGA.


Grande beijo,


(¯`•.Therê.•´¯)®

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